Pesquisar
Close this search box.
Publicidade
Publicidade

Projeto transforma resíduo em matéria-prima  

Foto/Imagem: Foto: Group Publishing

Saneamento básico

Concessionárias do setor de saneamento reutilizam o lodo proveniente dos tratamentos de água e esgoto e auxiliam na geração de renda e diminuição dos impactos ambientais

Protagonistas em melhorar a gestão de seus resíduos, a Águas Cuiabá (do grupo Iguá Saneamento), utiliza o material produzido a partir do lodo das ETEs da capital mato-grossense que é transformado em fertilizante agrícola de alta qualidade e já aumentou em até 150% a produção leiteira. Em parceria com a Prefeitura Municipal e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), o biossólido é doado gratuitamente à agricultores familiares garantindo um solo mais fértil. “O capim ficou maior, as folhas cresceram e ficaram mais verdes, e isso refletiu diretamente na produção do leite. Mais que dobrou a produção. Antes conseguia tirar em média de 8 litros por vaca por dia. E hoje já tiro 20”, comemora Sérgio Barbosa de Souza que, junto com a esposa Rosenei, trabalham na plantação de capim-açu e receberam da Iguá cinco toneladas do biolodo no início de outubro de 2022, a aplicação da matéria orgânica foi feita em uma área de quatro mil metros quadrados. Comprovados pela assistência técnica, os benefícios da utilização do biolodo são endossados por especialistas da área. O engenheiro agrônomo e consultor técnico Benno Doetzer, explica que o insumo é aliado do aumento da produtividade por sua composição. “O lodo funciona como um condicionador de solo. É rico em nutrientes como o nitrogênio e em matéria orgânica, o que propicia o desenvolvimento da planta. No processo de tratamento do lodo, o insumo ganha outro importante componente, o calcário, que ajuda a corrigir a acidez do solo. A união dessas características resulta em uma produção maior e melhor, reduzindo os custos com adubos químicos”, atesta ele. 

Responsável pelo abastecimento de 10 municípios da região agreste de Alagoas desde 2018, a Agreste Saneamento, também destina os resíduos das ETAs de forma sustentável. Após o tratamento com a retenção de resíduos resultantes dos processos físicos e químicos, o lodo vira matéria-prima e é destinado para as cerâmicas, para a produção de tijolos ecológicos. Empresas licenciadas parceiras da concessionária já produziram milhares de tijolos, amplamente aplicados na construção civil.  Além dos tijolos, as mantas biodegradáveis (geobags) responsáveis pelo processo de secagem do resíduo também são reaproveitadas. Por meio da parceria com a Secretaria da Agricultura de Arapiraca, elas são doadas, junto com as indicações de uso a produtores rurais e, podem ser utilizadas para forragem do solo, técnica conhecida como “mulching“, que possibilita otimizar o trabalho do produtor, diminuindo custos e gerando até 40% de economia de água. Ideais para locais de clima semiárido, as mantas também são usadas na agricultura para o cultivo de hortaliças folhosas. “A manta faz o papel de um herbicida natural, evitando o crescimento de ervas daninhas. Com isso melhoro a qualidade do produto”, explica Márcio Roberto dos Santos, produtor rural em Arapiraca e técnico agrícola com especialização em ecologia. Márcio cita ainda outras funções da manta: “Elas também servem para proteger os ovino-caprinos de doenças oriundas do solo, auxiliam em canais de drenagem e na proteção de silos de armazenamento da entrada de água, ar e, consequentemente, evitam a contaminação dos alimentos”. O projeto Agreste Rural teve destaque com a conquista do Troféu Prêmio Impactos Positivos 2022 e mais de 4 revistas científicas já publicaram estudos sobre os benefícios da utilização da manta no solo semiárido de Alagoas.

Já na Atibaia Saneamento, desde 2019, a concessionária Iguá no interior de São Paulo reaproveita 100% das 40 toneladas/mês de lodo gerado nas ETEs. O material é encaminhado para uma organização parceira da companhia, responsável pela compostagem e produção do adubo orgânico. A utilização do fertilizante apresenta ganhos significativos para o produtor rural, gerando uma economia de até 50%, se comparada com a compra de adubo sintético. No ano passado, a unidade recebeu o certificado de indicadores de valorização e transformação de resíduos da Tera Ambiental, em reconhecimento a contribuição de 446 toneladas de lodo destinados para a compostagem, que resultaram em 172 toneladas de fertilizantes agrícolas e de paisagismo.

No Rio de Janeiro, a Iguá Rio também realiza a produção de adubo sustentável, com cerca de 300 toneladas/mês de lodo para a compostagem, gerando 90 toneladas que se transformam em adubo orgânico.

Iniciativas como estas mostram que empresas como a Iguá Saneamento, por exemplo, está construindo um novo cenário no setor.

*Utilizamos imagens de livre exposição e bancos contratados, mas caso alguma imagem ou texto tenha direitos autorais, entre em contato conosco que removeremos imediatamente. Para as publicações patrocinadas: Imagens de produtos, informações sobre serviços e citações são inteiramente de responsabilidade da empresa que patrocina a publicação.

Este site utiliza cookies e tecnologias para personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao navegar em nosso site você aceita nossa  Política de Privacidade.