Com legislações tributárias específicas, sindicância profissional é tendência nas grandes cidades. Em 8 anos, o número desses profissionais triplicou em todo país.
Situação comum para quem mora em condomínio: interfonar, a qualquer hora, diretamente para a unidade onde mora o síndico. Cada vez mais, essa cena está ficando para trás. Segundo dados do Síndico Net, o maior portal de comunicação e serviços para síndicos, administradores de condomínios do Brasil, em um levantamento feito em 2021, 18% dos condomínios no país possuem síndicos profissionais. Esse índice era de 15% em 2020 e 6% em 2013. Para entender os motivos desse aumento significativo e conhecer mais sobre o assunto, conversamos com a Dra. Ana Paula Salla, especialista em gestão condominial, da Salla Lázaro Administração e Condomínios.
Como se explica esse aumento significativo de síndicos profissionais?
De fato, em 8 anos, o número de síndicos profissionais triplicou e tem sido boa alternativa, não só para condomínios de grande porte, mas também àqueles onde nenhum morador tem interesse em exercer o cargo. Além disso, a própria gestão condominial, cada dia mais burocrática e as legislações tributárias, com suas inúmeras alterações e exigências aplicáveis aos condomínios residenciais, ajudam a explicar esse aumento.
Em termos de prestação de serviço, qual a diferença entre um síndico morador e um síndico profissional?
Tanto o síndico morador quanto o profissional, se tiverem experiência nas áreas administrativa, financeira e jurídica, e forem atentos às exigências fiscais e demandas específicas de cada condomínio, podem fazer uma gestão eficiente e com excelência.
Quais os prós e contras?
O síndico morador tem a seu favor o melhor conhecimento do dia a dia, das necessidades e dificuldades das rotinas do condomínio, bem como do perfil dos moradores, o que facilita a tomada de decisões. Já o profissional possui uma ampla rede de contatos e conhecimento de soluções para condomínios, o que pode modernizar o funcionamento dos serviços e melhorar a gestão. Seja como for, boa comunicação e transparência dos atos são premissa para ambos os casos, mas, obviamente, cada um será mais eficiente a depender de sua dedicação.
Quais os critérios para definir valor de um síndico profissional?
O mercado tem estabelecido critérios baseados na região de localização do condomínio, e claro, do número de unidades que o compõe.
Qualquer condomínio pode ter um síndico profissional?
Para contratar um profissional, o condomínio precisa que sua convenção ou regimento interno contemplem a possibilidade de a sindicância ser exercida por uma pessoa não condômina ou por pessoa jurídica, visto que a maioria dos síndicos profissionais atuam como empresa.
Quem pode ser síndico profissional? Há cursos para essa especialização?
Não há a exigência de formação específica ou área de atuação para a sindicância profissional, mas já existe no mercado inúmeros cursos para a formação básica e até especializada que concede títulos e certificados, alguns de alta qualidade. Profissionais de outras áreas – especialmente direito, administração e economia – têm se destacado positivamente nessa posição.